OS PREFEITOS DE CAMPO ERÊ, DESDE GUARAPUAVA.

Campo Erê, embora oficialmente colonizado a partir de 1.840, após a ocupação dos campos de Palmas, pertencia ao território de Guarapuava, depois a Palmas, Bela Vista, que depois se chamou de Clevelândia e mais tarde, a partir de 1917, Chapecó.

 HISTÓRICO DE GUARAPUAVA,  A NOSSA PRIMEIRA SEDE MUNICIPAL

A Real Expedição de Conquista e Povoamento dos Campos de Guarapuava, comandada por Diogo Pinto de Azevedo Portugal. Chegou à região em 01 de dezembro de 1787 e fez construir o Fortim Atalaia (onde abrigou as primeiras tropas, seus familiares e povoadores que dela fizeram parte, cerca de 300 famílias). O Fortim Atalaia, construído na região atualmente denominada Palmeirinha, protegeu os componentes da Expedição dos frequentes ataques dos índios, pertencentes às três tribos que habitavam a região .

Oficialmente, a cidade surgiu com a assinatura do Formal de Instalação da Freguesia de Nossa Senhora de Belém, em 9 de dezembro de 1819, momento em que o Padre Francisco de Chagas Lima em concordância com Antônio de Rocha Loures, tenente comandante interino da Real Expedição, determinaram a transferência da freguesia e da Igreja Nossa Senhora de Belém para o local, que segundo o Padre, era o mais adequado para a construção da igreja, a atual sede do município.

Padre Chagas foi uma personagem importante na fase inicial do povoamento, pois procurou iniciar a ocupação baseado em alguns critérios de estética, observando as prescrições contidas na carta régia de 1 de abril de 1809, do Conde Linhares que já determinava os padrões a serem seguidos pelas edificações. Como ponto gerador do núcleo cita-se a Catedral Nossa Senhora de Belém, que era um ponto referencial importante para a sociedade da época. O primeiro prefeito de Guarapuava foi o Coronel Pedro Lustosa de Siqueira.

No ano de 1852, no dia 17 de julho, o povoado Nossa Senhora de Belém foi elevado à categoria de vila, ainda pertencente à província de São Paulo. Em 2 de maio de 1859, foi criada a comarca de Guarapuava, sendo José Antônio Araújo de Vasconcelos o seu primeiro juiz de direito. A Vila Nossa Senhora de Belém recebeu foros de município no dia 12 de abril de 1871 pela Lei 271, sendo desmembrada do município de Castro

Os primeiros prefeitos de Campo Erê do município de Guarapuava foram pela  ordem:

01 – Coronel Pedro Lustosa de Siqueira:

02 – Coronel José de Freitas Saldanha;

03 – Zacarias Caetano Coelho do Amaral;

04 – Francisco Caetano do Amaral

05 – Joaquim Cardoso Teixeira

 

O MUNICIPIO DE PALMAS, A NOSSA SEGUNDA SEDE MUNICIPAL

Bandeiras Paulistas no Séc. XVII teriam atravessado a região, várias vezes, quando buscavam as missões Jesuítas do Sul. Porém é ao bandeirante curitibano Zacarias Dias Côrtes que se atribui a “Descoberta dos Campos de Palmas”, quando este, por volta de 1720 – 1726 teria desbravado a região em bu cabeceira do Rio Uruguai em busca de ouro. Já a denominação “Campos de Palmas” é atribuída ao major Atanagildo Pinto Martins que comandou uma expedição organizada pela Real Expedição de Conquista dos Campos de Guarapuava por volta de 1814-1819. Esta expedição que tinha por missão buscar uma vereda que ligasse os Campos de Guarapuava aos do Rio Grande, teve por guia o Cacique Yongong que conhecia bem a região a qual os índios denominavam de Campos de “Bituruna” ou “Ibituruna” – “Terra Alta ou Terra das Palmeiras” na significação indígena. Daí a denominação “Campos de Palmas” atribuída pelo Major Atanagildo e hoje, Palmas. Porém, segundo Roselys Velloso Roderjan, em trabalho publicado no Boletim no Instituto Histórico e Geográfico e Etnográfico do Paraná, Atanagildo teria afirmado, em relatório, que o nome de Palmas foi dado por ele em homenagem ao Conde de Palma presidente da Província de São Paulo na época, à cuja Província pertenciam as terras do Paraná atual, estendendo-se, além dos Campos de Palmas até alcançar as margens do rio Uruguai ao Sul. Entre 1836 – 1839 duas expedições guarapuavanas foram organizadas lançando-se na audaz missão de conquistar aos indígenas o pretendido território para povoá-lo. José Ferreira dos Santos com, cerca de 25 estancieiros sócios e Pedro Siqueira Côrtes com cerca de 17 estancieiros sócios. As duas bandeiras tiveram divergências quanto à posse o território. Por isso, foi necessária uma arbitragem, através da qual ficou decidido que José Ferreira dos Santos e seus companheiros povoariam o lado nascente da região e Pedro Siqueira Côrtes e seus companheiros o lado poente da região, tendo por divisa o Rio Caldeiras.
Em 28 de fevereiro de 1855, pela Lei nº 22 da Assembléia Legislativa da Província do Paraná, Palmas foram elevada a Categoria de FREGUESIA. Também nesta data foi fundada a “Freguesia – Paróquia de Palmas”.
Em 1868 – A Lei nº 155 determinou a abertura da primeira estrada de Guarapuava a Palmas. Em 13 de abril de 1877, Palmas foi elevado a categoria de Vila com o nome de “Vila do Senhor Bom Jesus dos Campos de Palmas”. E, pela Lei nº 484, Palmas tornou-se Município Autônomo. O ato foi confiado à Câmara de Guarapuava pelo Dr. Rodrigo Otavio de Oliveira Menezes, Presidente da Província. Em 14 de Abril de 1879, a Vila de Palmas foi instalada. Ato realizado no consistório da Igreja Matriz, as 10:00h da manhã. O cidadão Firmino Teixeira Batista (Cel. Vivida), escolhido como Presidente da Câmara “Proclamou” que se achava inaugurada a Vila do Senhor Bom Jesus dos Campos de Palmas – Instalação do Município. Em 16 de abril de 1880, a Lei nº 586 elevou Palmas a Termo Judiciário, mais tarde suprimidas e restauradas pela Lei nº 986 de 02 de novembro de 1889. Em 06 de maio de 1883, foi inaugurada a 1ª Igreja Matriz, depois de concedida a autorização pelo Bispo de São Paulo, D. Lino Deodato Rodrigues Carvalho. A igreja foi benta pelo Pe. Achiles Saporiti, Vigário da Paróquia, na presença de todos os membros da Câmara Municipal. Em 1885, é inaugurada a Linha Telegráfica que ligou Guarapuava a Palmas.

 PREFEITOS DE PALMAS

01 – Alipio José do Nascimento e Souza : 1879-1883

02 – Firmino Teixeira Baptista : 1883-1886

03 – Pedro de Sá Ribas : 1886-1887

04 – Simplicio Oliveira Sá Ribas : 1887-1888

05 – Olimpio Carvalho de Lima : 1888-1889

06 – José Joaquim Bahls : 1899 – 1890

07 – Josino Oliveira Sá Ribas : 1891-1892

HISTÓRIA DO MUNICÍPIO CLEVELÂNDIA – PARANÁ

Em 1.839 as bandeiras de Joaquim Ferreira dos Santos e Pedro de Siqueira Cortês, oriundas de Guarapuava, penetraram no sertão e alcançaram os campos de Palmas, dando início à fundação de fazendas. A disputa pela primazia do local conquistado trouxe a desarmonia entre os dois grupos, havendo, então, a necessidade de um árbitro para demarcar as terras de cada um. A 28 de maio de 1.840, chegaram ao lugar da contenda dois árbitros, Dr. João da Silva Carrão e José Joaquim Pinto Bandeira, vindos de Curitiba. As terras em litígio foram divididas pelo Ribeiro Caldeiras: as de Pedro Siqueira Cortês para o oeste (Alagoas ou lagoa) e as de Joaquim Ferreira dos Santos para o leste (Arranchamento velho). Dois fatores dificultavam grandemente os esforços dos primitivos ocupantes do lugar. De um lado, a pretensão Argentina de estender os limites de seu domínio territorial; de outro, a hostilidade permanente dos indígenas. Em 1.895, foi resolvida a questão das Missões, graças à arbitragem do então Presidente da República dos Estados Unidos da América do Norte, Grover Cleveland, que reconheceu como território brasileiro a vasta região dos campos de Palmas. O povoamento dos campos de Palmas de Baixo, onde hoje se localiza o Município de Clevelândia, data da época da Guerra do Paraguai, quando foi destacada uma força de Guarda Nacional para guarnecer a fronteira. Com o prolongamento da Guerra, os alojamentos provisórios das praças transformaram-se em habitações permanentes, as quais foram aumentando e dentro de alguns anos constituíram o arraial.
A freguesia foi criada com a denominação de Bela Vista de Palmas pela Lei Provincial nº. 789, de 16 de outubro de 1.884. A 28 de junho de 1.892 (Lei nº. 28), teve predicamento de vila, recebendo a denominação de Clevelândia, pela Lei nº. 862, de 29 de março de 1.909, em homenagem ao Presidente Cleveland, árbitro solucionador da questão Brasil – Argentina.
Criação: Lei nº. 28 de 28 de junho de 1.892. Instalação do Município em 28 de junho de 1.892.

PREFEITOS DE CLEVELÂNDIA

01 – Diogo de Souza Bello : 1.892 a 1.896.
02 – Pedro Ferreira Bello : 1.896 a 1.900.
03 – Domingos Ferreira Pacheco : 1.900 a 1.904.
04 – Major Sansão Carneiro : 1.904 a 1.908.
05 – José Júlio Cleto da Silva : 1.908 a 1910.
06 – Pedro Ferreira Maciel : 1.910 a 1.920.

HISTÓRIA DE CHAPECÓ

A criação do Município de Chapecó, data de 25 de agosto de 1917, logo após a definição das fronteiras entre o Paraná e Santa Catarina em 1916.
As Companhias Colonizadoras chegam à região oestina instalando-se com capital próprio. O governo de Santa Catarina participava concedendo alguns incentivos para a iniciativa empresarial colonizadora – pela necessidade premente de ocupação da região. Inaugura-se assim a colonização sistemática da região. Dentre as Companhias de Colonização que atuaram na região do Município de Chapecó, a partir de sua criação, destacam-se a Empresa Colonizadora fundada por Ernesto Francisco Bertaso e os irmãos Agilberto Atílio e Manoel dos Passos Maia em 1918 e que se instalou no antigo povoado de Passo dos Índios (atual cidade de Chapecó) com um escritório.
Em Campo Erê a Colonizadora Bertaso era proprietária da Fazenda Saudades que se estendia da Fazenda Perseverança até Lajeado  Antunes, São Lourenço do Oeste. A cidade de Campo Erê iniciou na Fazenda Saudades que faz divisa com a Fazenda Primavera pelo rio Pesqueirinho.

AÇÕES ADMINISTRATIVAS

1.Presença de Comissões Oficiais para efeito de demarcação dos limites das terras, desde a época do Tratado de Madri (1759).
2. Criação da Colônia Militar de Xanxerê, em 16 de novembro de 1859, instalada apenas em 1882.

3. Criação do Município de Chapecó em 25 de agosto de 1917.
4. Ações de apoio e incentivos do governo estadual, voltadas para a colonização imediata da região – instalação das Companhias Colonizadoras.
5. Instabilidade administrativa no Município de Chapecó – 1919/1931 – trocas de sede do município entre as Vilas de Passo Bormann e Xanxerê.
6. Definição da vila sede para o Município de Chapecó – Passo dos Índios em 1931.
7. Instalação do Território Federal do Iguaçu – 1943/1946.
8. Primeira divisão político-administrativa – Criação de novos municípios a partir de 1953, em decorrência de uma fase de ebulição regional, provocada pelos fluxos migratórios oriundos do Rio Grande do Sul principalmente.
9. Criação de uma secretaria da Administração Estadual, com sede na cidade de Chapecó, no início dos anos 60 – Secretaria de Estado dos Negócios do Oeste.

Prefeitos de Chapecó

01 – Cel Manoel dos Santos Marinho :  1917-1921

02 – Armando Haeffner Marinho:  1921 – 1922

03 – Coronel Manoel Passos Maia : 1922-1929

04 – Manoel Siqueira Bello : 1929-1930

05- Nicácio Portela Diniz : 1930-1931

06 – João Candido Marinho : 1931-1932

07 – Carlos Batista Druck : 1932-1932

08 – Alberto Bertier de Almaida : 1932-1934

09 – José Garibaldi Tinn : 1934-1935

10 – Tenente Alberto Meyer : 1935-1935

11 – Pedro da Silva Maciel : 1936-1939

12 –  Tenente René Verges :  1939-1939

13 – Tenente João Elói Mendes : 1939-1942

14 – Licínio Córdova : 1942-1944

15 – Serafim  Enoss Bertaso : 1944-1947

16 – Onório Romano Alberti :  1947-1947

17 – Artur Ageu Lajus : 1947-1947

18 – Vicente Cunha : 1947-1950

19 – Lindolfo Stangler : 1950-1951

20 – José de Miranda Ramos : 1951-1955

21 – Thucydides Paim Buthuy : 1955-1956

22 – Plinio Arlindo de Nês : 1956-1961

 

HISTÓRIA DE CAMPO ERÊ

Antes da chegada dos colonizadores de origem europeia, a partir do século XVI, a região era habitada por índios da etnia caigangue. Conhecida como a Taba do Erê  os índios viviam de caça e se alimentavam de frutas, especialmente do pinhão, abundante na região.

 Os índios já denominavam a região como  Erê , mais tarde, com a sua ocupação, passou a se chamar Campo do Erê, que na tradução original significa Campo Campo.  Existe, no município, próximo à área urbana, um marco histórico denominado Muro dos Indígenas, atualmente sob a tutela do governo federal.

Segundo historiadores por aqui passava uma via secundária do Peabiru, assim se chamava os caminhos abertos pelos incas no Brasil. Os muros teriam a sua origem nos incas, que próximo a Cuzco, no Peru, há diversas elevações semelhantes .

Em 1.750 foi assinado o Tratado de Madri entre Espanha e Portugal que estabeleciam os limites da região das Missões e comissários das duas coroas estiveram na região  e definiram como limite os Rios Peperi Guaçu e Santo Antônio.

Mais tarde, pelo Tratado de Santo Ildefonso,no ano de 1881, os argentinos entenderam que a divisa deveria ser o Rio Chopim e Rio Chapecó, conhecida como “Questão de Palmas”, resolvida somente em 1895 com o arbitramento do presidente americano Grover Cleveland.

Sua história está muito relacionada com o município  paranaense de Palmas , pois foi de lá que uma bandeira , por volta do ano de 1840, descobriu os últimos campos, porção campestre originalmente mais a oeste do atual estado de Santa Catarina.

Campo Erê, na data de sua emancipação, era distrito de Chapecó  e foi colonizado, inicialmente por descendentes de bandeirantes e paranaenses e  por gaúchos, a maioria de origem italiana  e alemã.

Foi antigo ponto de pousada dos viajantes e transeuntes vindos da Argentina  e de outras cidades , que traziam gado , muares e equinos comercializados em São Paulo e destinados as plantações de café e as minerações de Minas Gerais.

Campo Erê, até 1853, pertenceu a Província de São Paulo, posteriormente a Província do Paraná, Estado do Paraná e a  partir de 1917 ao Estado de Santa Catarina.

De 1943 a 1946 pertenceu ao Território do Iguaçu cuja capital era Laranjeiras, cidade do Paraná.

 

DATAS IMPORTANTES

Distrito criado com a denominação de Campo Erê, pela lei municipal de Chapecó número 02, de 22 de dezembro de 1917, subordinado ao município de Chapecó, cuja sede ficava na Linha Faxinal. O distrito tinha por limite o Rio Saudades atual munícipio de Galvão. Do antigo distrito se emanciparam São Lourenço do Oeste, Galvão, Jupiá, Novo Horizonte, São Bernardino, Saltinho, Santa Terezinha do Progresso. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o distrito de Campo Erê figura no município de Chapecó e assim permanecendo até 1957.

 Elevado à categoria de município com a denominação de Campo Erê, pela Lei Estadual nº 348, de 21-06-1958, desmembrado de Chapecó, constituído do distrito sede e instalado em 27-07-1958.

Pela  lei estadual nº 092, de 03-06-1986, é criado o distrito de Santa Terezinha do Progresso e anexado ao município de Campo Erê.

 Pela lei municipal nº 497, de 14-04-1991, é criado o distrito de São Sebastião do Saltinho e anexado ao município de Campo Erê.

Pela lei municipal nº 567, de 11-05-1992, é criado o distrito de São Bernardino e anexado ao município de Campo Erê.

 Em divisão territorial datada de 01 de junho de 1995, o município é constituído de 4 distritos: Campo Erê, Santa Terezinha do Progresso, São Bernardino e  Saltinho.

Santa Terezinha do Progresso, São Bernardino e  Saltinho passam a ser municípios a partir de 1966.

PREFEITOS

01 – Osvaldo Dario Dallígna : Julho a dezembro1958

02 – Antônio Rocha Loures Jr : 1959-1964

03 – João Telles Padilha :  1.964- 1969

04 – Antônio Rocha Loures Jr : 1969- 1973

05 – Manoel Antônio Zembrani : 1973-1977

06 – Hélio Viganó : 1977-1983

07 – Gasparino Willi Raimundi : l983-1986

08 – Darci Furtado : 1986- 1988

09 – Valdemar Dalmagro : 1989- 1992

10 – Darci Furtado : l993- 1996

11- Áureo Schneider : 1997- 2000

12 – Normélio Daneluz : 2001 -2004

13 – Normélio Daneluz : 2005 -2008

14 – Vilson Schoeninger : 11/2006- 04/2007

15 – Odilson Vicente de Lima : 2009 -2012

16 – Adir Krefta : 01/2013- 03/2013

17 – Rudimar Borcioni : 04/2013

Pesquisa: Nelson Tresoldi